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domingo, 26 de junho de 2011

Clube da Esquina

Dia desses conversando com um amigo tive um pensamento sobre a música brasileira, presenciei algumas escolas importantes da MPB, como a Bossa Nova e a Tropicália, que foram muito importantes na formação de nosso caráter musical.




A Bossa Nova ficou datada, sem crescer e se modificar, ficando presa em seu minimalismo.

A Tropicália diferentemente tinha uma exuberância que talvez nunca seja mais seja atingida, tanto nos arranjos, como na execução e letras subvertendo o que até então eram dogmas na nossa música. Tendo seus integrantes partido para suas carreiras solos, quase sempre brilhantemente, sendo até hoje referência às novas gerações.

Mas o que sempre mais me agradou foi o Clube da Esquina, da turma de Belo Horizonte, com músicos excepcionais, que também subverteram princípios intocáveis na forma de se fazer música. Todos eles são reconhecidos mundialmente, tendo às vezes mais sucesso no exterior do que aqui. Poderia citar uma extensa lista deles, mas ficarei só nos principais, Milton Nascimento, Wagner Tiso, os irmãos Borges, Beto Gudes, Flávio Venturini, entre outros.




Clube da Esquina


Essa semana vi duas manchetes citando o nome de uma cantora que é o sucesso instantâneo da estação, Paula Fernandes, mas não é que minha curiosidade acabou na terceira linha da matéria?

Quando li que ela canta música sertaneja foi um balde de água fria, e ao mesmo tempo um alívio, pois pensei que como seria possível não conhecer uma cantora com tal sucesso? Só sendo ela cantora deste tipo de música, que não me traz o menor interesse, pois não consigo perceber o menor valor artístico nestas obras, apesar das grandes bandas de apoio, do volume sonoro e da pretensão dos mesmos.

Já me disseram, citando Caetano, que quem vende 20 milhões de discos no merece crítica. Minha resposta veio com uma pergunta:-"Quantos discos destes artistas você tem em sua discoteca?" Sabem a resposta? - "Nenhum!"

Mas não é só os novos sertanejos, estas bandas baianas, que tocam em cima de caminhões ou em grandes espaços, também não me dizem nada.

3 comentários:

  1. Maca,

    Já fui mais preocupado em acompanhar o que surge de novo no Brasil e no mundo quando o assunto é música. Hoje estou mais ligado naquilo que surgiu de bom no passado e perdi. Comecei a ouvir Bossa Nova, por exemplo, há pouco mais de 5 anos. Concordo com o que chamou de minimalismo. Acho que é isso mesmo. Já os mineiros são uma outra estória. Sempre gostei, desde o surgimento. Somos uma geração de privilegiados. Pude ver Elis ao vivo em diversas oportunidades. As memórias mais doces são Falso Brilhante no Teatro Bandeirantes (quando me apaixonei por ela) e em sua fase mais bonita, o Saudades do Brasil, no Tuca. Depois disso, tudo é muito pobre e sem graça. Obviamente todos já nascem devendo muito e seria muito injusto qualquer comparação. Imagine, então, a Elis cantando Milton. Absolutamente nada se compara a esta luz no céu. Desçamos, então, à terra. O que vemos é muito sem brilho e chato. Sinto-me nas trevas. A Paula Fernandes me apareceu pela primeira vez num show do Roberto Carlos de final de ano. É linda, graciosa e canta bonitinho. Fiquei até interessado em ouvir outras coisas dela. Daí veio o choque: música sertaneja. Pronto, morreu para mim. O raio pálido de luz se apagou.

    Um abração,

    John Boy

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  2. Visitei um dia, o endereço que tornou famoso o "Clube da Esquina", um bar do ainda menos agitado bairro de Santa Teresa, em Belo Horizonte. Não há no lugar nenhuma referência ao que talvez tenha sido o movimento musical mais importante de Minas, além de uma pequena e escondida placa num canto de parede. Em tempo: o bar não existe mais. E pensar que por lá também reuniram Sepultura, Korzus, The Mist e outras tantas bandas trash da bay area mineira.
    Fico só imaginando se houvesse um bar desse em Londres...
    Valeu pela lembrança, Macário. Abraço!

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  3. John Boy,

    Confesso que fiquei preocupado em estar ultrapassado.
    Afinal estaria deixando passar batido uma grande revelação de nossa música.
    Quando soube a que movimento musical ela pertence, lembrei de uma máxima de nosso ídolo Paulo Francis, que numa discussão sobre novos talentos musicais, no Manhattan Connection, em vez de desdenhar saiu-se com esta tirada.
    -"Quem é esse sujeito, eu conheço?"
    -"Provavelmente não." respondeu um dos participantes do programa.
    -"Então não tem a menor importância!"
    Sem querer ser pernóstico, é realmente muito injusto querermos comparar estas novas cantoras, cheias de "atitude", com Elis, Eliseth, Nana, Bethânia, Gal, Maysa, Célia, Claudia, Alaíde, entre outras.
    É capaz que elas percam uma comparação com a Martinha, lembra dela?, que era um "factoide" da Jovem Guarda.

    Abraços,

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