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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ordem Oculta de Bernardo Cid

Um dos grandes serviços prestados pela Caixa Cultural é a divulgação de trabalhos de artistas consagrados pela crítica, mas afastados do público.

Em suas exposições tive contato com profissionais de imenso valor, os quais ainda não conhecia e que acabei gostando instantaneamente.

Como foi o caso de Bernardo Cid. Sob a curadoria de Sérgio Pizoli são apresentados óleos, gravuras, desenhos, esculturas e objetos diversos que ilustram sua versatilidade magistral.

Gostei muito dos desenhos e gravuras, mas o que realmente me encantou foram as pinturas a óleo, em tons escuros sem serem sombrias, com uma carga potente de surrealismo e imagens do inconsciente.

O bônus da mostra é o magnífico catálogo, num primoroso trabalho de artes gráficas, que deve figurar em qualquer biblioteca que se preze.




Quebra pedra (Tom Jobim) - Mario Adnet



Abaixo das imagens o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa da Caixa Cultural.










CAIXA CULTURAL SP APRESENTA A ORDEM OCULTA DE BERNARDO CID

Mais de cem peças formam um excepcional conjunto capaz de mostrar a grandiosidade do trabalho do artista

A Caixa Cultural São Paulo apresenta, entre os dias 23 de julho a 18 de setembro de 2011, a exposição “Fazer Arte - A Ordem Oculta de Bernardo Cid” com a curadoria de Sergio Pizoli e produção da Glatt & Imagos. A visitação da mostra é gratuita e conta com o patrocínio da Caixa Econômica Federal.

Composta por um conjunto de peças espalhadas em importantes acervos de instituições públicas e também por coleções particulares a mostra é considerada uma retrospectiva póstuma de Bernardo Cid (1925-1982), já que reúne 40 anos de trabalho artístico reverenciado por críticos e ocorre após quase três décadas do seu falecimento.

São mais de 100 peças expostas entre gravuras, desenhos, telas e esculturas, as quais, complementadas com as obras pertencentes ao acervo da família do artista, formam um excepcional conjunto capaz de mostrar a grandiosidade do trabalho do artista que, mesmo fora do circuito comercial, representa um grande expoente das artes plásticas brasileiras.

Apresentação

A exposição de Bernardo Cid homenageia um dos mais talentosos artistas plásticos das décadas de 60 e 70.

Autodidata, Cid começou a estudar pintura e desenho em 1945 e, já no início dos anos 50, passou a expor e receber o reconhecimento por meio de críticas e prêmios.

Seus cadernos e estudos em carvão, lápis e nanquim vêm comprovar que o desenho, como queria Mário de Andrade, é o fato(r) mais importante na produção artística.

Na gravura, onde se descobre excelente litógrafo, Cid ao sobrepor sobre as litografias, notícias e recortes de revistas e jornais usa e abusa da técnica da flotagem. Com isto, o artista retoma toda a tiragem e a renova, trabalhando-as, uma a uma.

Essa linguagem é magistralmente usada para criar peças de protesto durante os anos de repressão, que formam uma coleção exemplar desse período.

Sua pintura atravessa a nova figuração e, com o correr do tempo, vai aprimorando-se em telas de dimensões avantajadas, quase monocromáticas. O resultado plástico são duas séries de quadros extremamente entrosados na nova linguagem pictórica, exuberantes na construção dos seus personagens e temas e contrastantes na sua apresentação: uma série é totalmente terra e preto e a outra, fecunda, explode em azuis e verdes-água.

Artista:

Bernardo Cid (1925 - 1982) - Pintor, gravador, desenhista e escultor. Começa a pintar em 1945. Realiza em 1952, a 1ª. exposição individual na Galeria Ambiente, SP. Em 1959, com a escultura Jabuti, recebe o 1º. Prêmio de Escultura da Câmara Brasileira do Livro. Baseada nessa obra é concebida a estatueta do prêmio Jabuti, o mais antigo e prestigioso prêmio literário nacional. Nos anos 1960, participa do grupo Realismo Mágico, com Wesley Duke Lee (1931). No final daquela década, inicia trabalhos com um enfoque social, transitando do realismo mágico para um realismo com influências da pop arte.

Em 1968, integra o Grupo Austral, movimento artístico internacional sediado em Paris, ligado ao Phases. No ano seguinte é convidado por cineastas da National Film Board do Canadá para representar o artista brasileiro no documentário Comparaisons, veiculado pela TV Educativa.

Bernardo Cid participou do Salão Nacional de Arte Moderna, RJ, 1959; Bienal SP, 1959 e 1965; Salão Paulista de Arte Moderna, 1959 (Menção Honrosa, 1961; Prêmio Governador do Estado, 1968); Panorama da Arte Atual Brasileira, MAM SP, 1969 e 1976; Tradição e Ruptura: Síntese de Arte e Cultura Brasileiras, 1984; A Arte do Imaginário, Galeria Encontro das Artes, SP, 1985; 100 Obras Itaú, MASP, 1985; Bienal Brasil Século XX, Fund. Bienal -SP, 1994; Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: Matrizes e Gravuras, FIESP,1998.

Curadoria: Sergio Pizoli

Produção: Glatt & Imagos

SERVIÇO:

Exposição “Fazer Arte - A Ordem Oculta de Bernardo Cid”

Abertura para convidados e imprensa: dia 23/07, às 11h e visita guiada com o curador às 12h

Visitação: de 23 de julho a 18 de setembro de 2011

Horário de visitação: de terça-feira a domingo, das 9h às 21h.

Local: CAIXA Cultural São Paulo (Sé) - Praça da Sé, 111 – Centro – São Paulo/SP

Informações, agendamento de visitas mediadas e translado (ônibus) para escolas públicas: (11) 3321-4400

Acesso para pessoas com necessidades especiais

Entrada: franca
Recomendação etária: livre
Patrocínio: Caixa Econômica Federal

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Duke Ellington: Take The "A" Train

É impossível para mim não ficar no mínimo encantado ao ouvir Duke Ellington.

A delicada sofisticação em seus arranjos nos faz parar tudo e prestar a atenção em suas músicas ou interpretações. Mesmo quando ocorrem os improvisos, percebemos que eles ficam totalmente no contexto da melodia, em nada agredindo a proposta original, sem aquelas "viajadas" muito comuns em outros músicos do Jazz.

Pena que só tenhamos um programa de rádio dedicado ao Jazz ultimamente em São Paulo, num horário bastante impróprio o Jazz Concert - Rádio Cultura FM aos sábados 23:00 hs.

Encontrei um link para rádios de Jazz onde estão listadas várias emissoras com programação voltada a este estilo. Vale conferir.



sexta-feira, 22 de julho de 2011

Retratos do Império e do exílio: imagens da família imperial no acervo de dom João de Orleans e Bragança

Adoro exposições de fotos históricas, mesmo que a história tenha ocorrido há 10 minutos.

Esta exposição inaugurada esta semana no Instituto Moreira Salles, nos dá uma visão preciosa da família imperial brasileira no seu dia-a-dia.

Da coleção de D. João de Orleans e Bragança, o D. Joãozinho Príncipe, que encontra-se em comodato com o Instituto, abrange um longo período, desde o Império até o exílio na França.

Notável a decisão de D. João em transferir esta coleção ao IMS, que que além de cuidar da conservação faz um excelente trabalho de restauração, fazendo com que as imagens pareçam ter sido feitas recentemente.

Que o Instituto mantenha essa política de compartilhar conosco seus tesouros, como vem fazendo em diversas mostras de suma importância levadas em épocas recentes.




Zimbo Trio - Tudo Bem


Abaixo das imagens, o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa do IMS.







Fotografias inéditas da família imperial brasileira são reunidas em mostra no IMS-SP

O Instituto Moreira Salles de São Paulo abre, em 19 de julho, às 19h30, a exposição Retratos do Império e do exílio: imagens da família imperial no acervo de dom João de Orleans e Bragança, com 170 fotografias pertencentes ao acervo do príncipe dom João de Orleans e Bragança, curador da mostra ao lado de Sergio Burgi, coordenador de fotografia do IMS. Compõem a exposição retratos da família imperial brasileira, muitos inéditos (em especial do período do exílio após a proclamação da República), além de importantes imagens associadas a eventos que marcaram o Império, como as comemorações do fim da Guerra do Paraguai e a abolição da escravatura.

Os visitantes da mostra poderão conferir registros de Marc Ferrez, agraciado pelo imperador com o título de Cavaleiro da Ordem da Rosa e também fotógrafo da Marinha Imperial; e Revert Henry Klumb, professor de fotografia das princesas Isabel e Leopoldina. Os dois mantiveram uma relação muito próxima com a família imperial – fotografaram momentos de maior privacidade no interior dos palácios, registrando imagens menos formais, em que os retratados se relacionam com a câmera de uma forma direta e menos mediada pelas exigências do cargo e da vida pública. Também estarão na mostra imagens de Alberto Henschel, Joaquim Insley Pacheco, Luiz Terragno, Otto Hess, entre os diversos fotógrafos atuantes no Brasil que integram o acervo, além de imagens dos fotógrafos retratistas europeus Félix Nadar e John Jabez Edwin Mayall, entre outros.

Catálogo Retratos do Império e do exílio: imagens da família imperial no acervo de dom João de Orleans e Bragança

R$ 25,00

80 pp.

21 x 26 cm

ISBN 978-85-86707-65-0







Sobre o acervo de d. João de Orleans e Bragança:

Composto por 781 itens, o acervo congrega um conjunto importante de fotografias originais de época e negativos em vidro reunidos por d. Pedro II, pela princesa Isabel e seus descendentes. Dom João de Orleans e Bragança, herdeiro e depositário deste conjunto, decidiu em 2009 confiá-lo, em regime de comodato, ao IMS, onde o acervo vem sendo preservado e restaurado.

Exposição Retratos do Império e do Exílio

Abertura: 19 de julho de 2011, às 19h30

Exposição: de 20 de julho a 11 de setembro de 2011

De terça a sexta, das 13h às 19h

Sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h

Entrada franca

Classificação livre

Instituto Moreira Salles – São Paulo

Rua Piauí, 844, 1º andar - Higienópolis

Tel.: (11) 3825-2560

www.ims.com.br

http://twitter.com/imoreirasalles

www.blogdoims.com.br

Informações para a imprensa:

Nathalia Pazini e Priscila Oliveira

nathalia.pazini@ims.com.br; priscila.oliveira@ims.com.br

(11) 3371-4490/ 4460

terça-feira, 19 de julho de 2011

Kislansky Cerâmicas – A cor do corpo

Bela exposição de esculturas, feitas em cerâmica, através da técnica de modelagem e queima da argila.

De um artista que é referência em seu "métier", apresenta sua diversidade de estilos, não se prendendo a uma única maneira de se expressar.

Muito interessante pois além de apresentar seus trabalhos, há também as explicações sobre o seu processo de criação e execução, mostrando-nos toda a sua complexidade.



Zimbo Trio - Poliedro


Abaixo das imagens, o "press-release" dos curadores, fornecidos pela assessoria de imprensa da Caixa Cultural.






A cor do corpo na Caixa Cultural SP

Mostra do artista plástico Kislansky reúne obras em cerâmica e fotografias


A Caixa Cultural São Paulo apresenta, de 9 de julho a 4 de setembro, a exposição “Kislansky Cerâmicas – A cor do corpo”, de Israel Kislansky. A mostra, que reúne 50 peças do artista, organizadas sob curadoria de Gilberto Habib Oliveira, é resultado de uma jornada empreendida pelo escultor, em direção a tons naturais da argila.

Kislansky explorou, em sua busca, a cristalização permanente dos minerais das argilas, para regressar à cor. O resultado dessa experiência se materializa, para o público, de duas formas complementares: um conjunto de esculturas de diferentes matizes e um roteiro didático sobre a argila, sua origem, produção, modos de uso e possibilidades de acabamento.

As peças, em argila natural ou esmaltada, são reunidas e apresentadas em grupos de cores e corpos, criando ambientes sensíveis e cenografias inusitadas.

A exposição conta ainda com fotografias do próprio artista plástico, para reafirmar o caráter cênico das obras, além de apresentar o ambiente de trabalho, os processos técnicos e outros detalhes de sua produção escultórica.

Sobre o artista:

Nascido em Salvador (BA), e radicado na capital paulista desde 1983, Israel Kislansky estudou com nomes como Lole Di Natale, Rubens Matuck e José Antônio Van Acker.

O artista é reconhecido pela atenção que dá aos aspectos “artesanais” da produção. Como, por exemplo, à fundição em metais, área na qual desenvolveu, junto ao SENAI, o projeto de criação do Centro Técnico em Fundição Artística, em Osasco (SP).

Em 2006, publicou o livro “Kislansky – O eterno e o moderno”, com textos de Enio Squeff e fotos de Edu Simões. Esta é a terceira exposição que realiza na Caixa Cultural. As anteriores ocorreram em Brasília e Salvador, em 2007.

Serviço:

Exposição “Kislansky Cerâmicas – A cor do corpo”

Data: 9 de julho a 4 de setembro de 2011

Hora: de terça a domingo, das 9h às 21h

Local: CAIXA Cultural São Paulo – Sé: Praça da Sé, 111, São Paulo (SP)

Visitas guiadas: Para instituições e escolas, a Caixa oferece transporte gratuito.

Informações/Agendamentos: (11) 3321-4400

Twitter da exposição: @A_cor_do_corpo

Facebook: http://www.facebook.com/a.cor.do.corpo

Entrada franca

Caixa Econômica Federal

Assessoria de Imprensa – Regional Paulista

(11) 3103-5413 / 5414 / 5723

cultura.sp@caixa.gov.br

www.caixa.gov.br

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Gal Costa - Presente Cotidiano

Quando disse que publicaria mais algum tópico do Luiz Melodia já tinha guardado essa pérola da nossa música.

Gal Gosta em entrevista ao Jô Soares em 1973, no auge de sua beleza e potência vocal, contando a história de como foi criada essa canção, um pedido seu ao autor.

Já nesse tempo percebemos a tendência do Jô ao pernosticismo, em que hoje ele é mestre.

Mais um grande momento, com mais uma obra prima de nosso cancioneiro.




Presente Cotidiano

Composição: Luiz Melodia

Tá tudo solto na plataforma do ar
Tá tudo aí, tá tudo aí
Quem vai querer comprar banana?
Quem vai querer comprar a lama?
Quem vai querer comprar a grama?
Tá tudo solto por aí
Tá tudo assim, tá tudo assim
Quem quer morrer de amor se engana
Momentos são momentos, drama
O corpo é natural da cama
Vou caminhar um pouco mais atrás da lua
Vou caminhar um pouco mais atrás da rua
Mas tudo voa por aí
Na asa do avião
No bico de um pássaro daqui
Mas tudo gira, ai de mim
A bola e o pião
Menina em meu coração
Tá tudo solto na feira, nobre lugar
Tá tão ruim, tá tão ruim
Quem vai querer comprar banana?
Quem vai querer comprar banana?
Quem vai querer comprar banana?
Quem vai querer comprar?
Quem vai querer?
Quem vai?
Quem?
Quem?
Quem?
Quem?

segunda-feira, 11 de julho de 2011

LOUISE BOURGEOIS: O RETORNO DO DESEJO PROIBIDO

Fui a esta exposição sem saber direito o que esperar, pois a única informação sobre Louise Bergeois que tinha é a escultura "Aranha" que está no MAM se São Paulo.

E está é uma obra que me incomoda, não consigo ainda definir o porque.

Mas tive uma grata surpresa, pois esta grande exposição nos permite conhecer vários aspectos de sua produção e seus múltiplos suportes e materiais.

Devido a sua longevidade, conviveu com vários expoentes das artes, tendo sido influenciada e influenciado vários deles.

Um ótimo passeio que nos faz parar e pensar, refletir e apreciar as obras ali exibidas.





Abaixo das imagens o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Tomie Ohtake.


A ALIMENTAÇÃO, 2007, Guache sobre papel,60 x 45.7 cm

Casal IV, 1997, Tecido, couro, aço inox e plástico, 50.8 x 165.1 x 77.5 cm, Madeira e vidro Victorian vitrine 182.9 x 208.3 x 109.2 cm

A DESTRUIÇÃO DO PAI, 1974, Gesso, látex, madeira, tecido e luz vermelha, 93 58 x 142 58 x 97 78; 237.8 x 362.2 x 248.6 cm

Arco da Histeria, 1993, Bronze, pátina polida, peça suspensa, 83.8 x 101.6 x 58.4 cm

ESTUDO DA NATUREZA, 1984-2002, Borracha azul, 76.2 x 48.3 x 38.1 cm, Stainless steel base 104.1 x 55.2 x 55.2 cm

REJEIÇÃO, 2001, Tecido, aço e chumbo, 63.5 x 33 x 30.5 cm, Aluminum and glass vitrine 185.4 x 68.5 x 68.5 cm

ARTE COMO GARANTIA DE SANIDADE, 2000, Caneta em papel rosa, 11 x 8 12; 27.9 x 21.5 cm



LOUISE BOURGEOIS: O RETORNO DO DESEJO PROIBIDO

Abertura da Exposição: 07 de julho, às 20h – até 28 de agosto de 2011


Mesa Redonda, com o curador Philip Larratt-Smith, Eliane Robert Moraes e Cecília Almeida Salles (08 de julho), além de espetáculo de Denise Stoklos (23 e 24 de julho) completam a programação


A primeira grande individual de um dos mais emblemáticos nomes da arte no século XX chega à America do Sul por meio do Instituto Tomie Ohtake, responsável pela itinerância desta mostra, já realizada na Fundação Proa, em Buenos Aires (19/5 a 19/6 de 2011). Agora Louise Bourgeois: O Retorno do Desejo Proibido chega a São Paulo, com um número ainda maior de trabalhos. A exposição, que depois seguirá para o MAM – Rio de Janeiro, reúne um total de 112 obras – desenhos, objetos, pinturas, esculturas e instalações –, concebidas de 1942 a 2009. O conjunto constrói um amplo panorama da produção da artista franco-americana, nascida em Paris em 1911 e falecida recentemente (31 de maio de 2010), aos 98 anos, em Nova York

Com curadoria de Philip Larratt-Smith, organização do Studio Louise Bourgeois (Nova York) e realização do Instituto Tomie Ohtake, a mostra vincula a obra de Bourgeois a alguns dos conceitos mais importantes da psicanálise. A partir de mais de 1.000 folhas de papel, entre correspondências e escritos da artista, de 2004 e 2010, o curador investiga o legado psicanalítico em sua obra, na qual ela compartilha parte de traumas e desejos de cura. Este arquivo inédito, que detalha a relação de Bourgeois com o mundo exterior, confirma a centralidade da memória em seu processo criativo.

Composto de notas, registros de sonhos e anotações para esculturas, este repositório de textos, escritos no período em que a artista fez psicanálise, complementa os diários que manteve durante toda a vida. Segundo Larratt-Smith, os trabalhos de Bourgeois são formas que ela encontra para relacionar equivalentes plásticos a estados psicológicos. “Todas as obras foram escolhidas para destacar a persistente presença da psicanálise como força inspiradora e espaço de exploração em sua vida e obra”, diz o curador.

Imaginário autobiográfico, fantasmas do pai, ecos da infância, o ser mãe, a histeria, gênero e representação fálica, o fisiológico, a dimensão onírica e o inconsciente estão presentes em seus trabalhos que ativam um vocabulário ancorado em episódios de sua biografia, mas podem ressoar no corpo e na memória de qualquer espectador. Segundo Philip Larratt-Smith, os surrealistas encontraram uma via de acesso ao imaginário do sonho enquanto a espontaneidade do gesto dos expressionistas abstratos está ligada ao inconsciente, mas a arte de Bourgeois permite compreender de modo privilegiado a conexão entre o processo criativo e sua função catártica.

O curador destaca que, para Bourgeois, o artista, privado de poder na vida cotidiana, tem o dom da sublimação e se torna, portanto, onipotente durante o ato criativo, mas é também uma espécie de atormentado Sísifo, condenado a repetir o trauma infinitamente através da produção artística. Portanto, continua o curador, o processo criativo é assim uma forma de exorcismo, um modo de moderar as tensões e a agressão, um ato de catarse, além de ser, como a psicanálise, uma fonte de conhecimento. Ou ainda, como dizia a artista, “a arte é garantia de sanidade”.


Catálogo

LOUISE BOURGEOIS: O RETORNO DO DESEJO PROIBIDO


Por ocasião da exposição, será lançado pelo Instituto Tomie Ohtake em conjunto com Louise Bourgeois Studio um catálogo, com 480 páginas, em dois volumes, em um dos quais pela primeira vez se publica uma série de textos inéditos de Louise Bourgeois, sob a rigorosa seleção de Phillip Larratt-Smith. Estes escritos, amplamente citados, porém nunca antes reproduzidos, ilustram o pensamento da artista e seu vínculo com o processo psicanalítico. No outro volume está reunido o pensamento de destacados ensaístas e conhecedores da obra de Bourgeois, como o próprio curador, Donald Kuspit, Paul Verhaeghe e Julie de Ganck, entre outros, enriquecendo o viés psicanalítico que a exposição propõe (preço R$99,00).


Mesa Redonda

LOUISE BOURGEOIS: O RETORNO DO DESEJO PROIBIDO

08 de julho, às 19h (grátis)

Participação de Philip Larratt-Smith, Eliane Robert Moraes e Cecília de Almeida Salles

Philip Larratt-Smith é curador independente e escritor radicado em Nova York. Entre seus projetos anteriores estão “Larry Clark” (Fototeca de Cuba, Havana, Cuba, 2011); “Joan Mitchell” (Inverleith House, Edimburgo, Escócia, 2010); “Andy Warhol, Mr. America,” (Banco de la República, Bogotá, Colombia; Malba – Fundación Costantini, Buenos Aires, Argentina; e Pinacoteca de São Paulo, Brasil, 2009 – 2010); e “Louise Bourgeois: Uno y Otros,” (Centro de Arte Contemporáneo Wifredo Lam, Havana, Cuba, 2005). Já escreveu sobre artistas como Jenny Holzer, Milton Resnick, e Roni Horn. Nascido em Toronto, no Canadá, Larrat-Smith formou-se em literatura latina e grega, e em filosofia, na Universidade de Harvard, em 2003. No momento está preparando o volume completo dos escritos psicanalíticos de Bourgeois para publicação.

Eliane Robert Moraes é pesquisadora das relações entre literatura e erotismo, professora de Literatura Brasileira na FFLCH da Universidade de São Paulo (USP), e pesquisadora do CNPQ. Atua ainda como crítica literária, colaborando em jornais e revistas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Entre suas publicações destacam-se diversos ensaios sobre o imaginário erótico nas artes e na literatura, e a tradução da História do Olho de Georges Bataille (Cosac & Naify, 2003). Publicou, dentre outros, os livros: Sade - A felicidade libertina (Imago, 1994), O Corpo impossível – A decomposição da figura humana, de Lautréamont a Bataille (Iluminuras/Fapesp, 2002), além de Lições de Sade – Ensaios sobre a imaginação libertina (Iluminuras, 2006).


Cecília Almeida Salles é mestre e doutora em Lingüística Aplicada e professora titular do Curso de Graduação Arte: História, Crítica e Curadoria e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC/SP, onde coordena também o Grupo de Pesquisa em Processos de Criação. É autora dos livros Gesto Inacabado (1998), Crítica Genética (2008) e Redes da Criação (2006), no qual ela analisa o processo de trabalho de vários artistas, entre os quais o de Louise Bourgeois.


Espetáculo de Denise Stoklos

LOUISE BOURGEOIS – FAÇO, DESFAÇO, REFAÇO

23 e 24 de julho, às 20h

Ingressos (grátis) devem ser retirados no Instituto Tomie Ohtake, de 12 a 22 de julho. O lugar estará garantido até 15 minutos antes da apresentação (150 lugares). Informações fone: 11.2245-1900.

Louise Bourgeois – Faço, Desfaço, Refaço de Denise Stoklos, antes de vir ao Brasil, em 2005, estreou no Teatro La Mama em NY, em fevereiro de 2000. Agora, por ocasião da exposição de Louise Bourgeois no Instituto Tomie Ohtake, a artista brasileira retoma especialmente o espetáculo em duas seções. Stoklos conviveu com Louise Bourgeois durante dois anos, quando pôde apreciar a sua relação com o crítico brasileiro Paulo Herkenhoff e com Jerry Gorovoy seu então assistente. “Vi cenas de convivências entre eles, de raríssimo esplendor”, afirma Stoklos. Foi através da fotógrafa australiana que ela conheceu os escritos de Louise Bourgeois que a levaram a querer incorporar a artista franco-americana. Depois, segundo Stoklos, o apoio de Herkenhoff foi essencial para tornar possível a realização do trabalho. “Tracey me apresenta, por viés, o monstro sagrado e Paulo convence, por voz ativa, a amiga a conceder em participar do empreendimento: montar uma peça com textos dela, eu “sendo” ela e com cenário de sua autoria”. Segundo a artista brasileira o seu processo, contudo, não é se disfarçar de Louise para usar o palco. “Uso textos dela que entendo que entendi e assim os apresento”, declara.

Ficha Técnica: Concepção, Tradução e Adaptação do texto, Dramaturgia, Direção, Coreografia, Figurino, Iluminação e Atuação: Denise Stoklos. Texto, cenário e música: Louise Bourgeois. Curadores (New York): Jerry Gorovoy e Paulo Hernkenhoff. Assistência de direção (New York): Wilson Lória. Fotografia, ambientação cênica, vídeo (NY. e Brasil): Thais Stoklos Kignel. Música especial: rap “OTTE” composto e interpretado por Louise Bourgeois com música de Satch Hoyt e Raimuntcho Matta. Iluminação: Marcel Gilber Assistência de direção (Brasil) e Produção: Patrícia Torres.


Exposição: LOUISE BOURGEOIS: O RETORNO DO DESEJO PROIBIDO

Abertura 07 de julho, às 20h (para convidados):

De 08 de julho a 28 de agosto, terça a domingo das 11h às 20h – entrada franca

Instituto Tomie Ohtake

Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés) - Pinheiros SP Fone: 11.2245-1900

Informações à Imprensa

Marcy Junqueira – Pool de Comunicação

Contato: Martim Pelisson / Fone: 11.3032-1599

marcy@pooldecomunicacao.com.br / martim@pooldecomunicacao.com.br

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Congênito - Luiz Melodia

Esta é uma das músicas que apresenta um dos mais poderosos versos da nossa música.

Tem, talvez, a melhor receita para se preservar qualquer relação, seja afetiva, comercial ou de amizade.

Considero Luiz Melodia um dos gênios da nossa música tendo nos brindado com vários clássicos, como Juventude Transviada, Ébano, Dores de Amores e Magrelinha, todas com letras também geniais, como tantas outras.

Há outras que mostrarei em novos "posts" em grandes interpretações de Gal Costa.




Congênito

Luiz Melodia

Se a gente falasse menos
Talvez compreendesse mais
Teatro, boate, cinema
Qualquer prazer não satisfaz
Palavra figura de espanto
Quanto na terra tento descansar

Mas o tudo que se tem
Não representa nada
Tá na cara
Que o cara tem seu automóvel
E tudo que se tem
Não representa tudo
O puro conteúdo é consideração
Não goza de consideração