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domingo, 22 de abril de 2012

O Diário da Corte

Comecei meu fim de semana com uma leitura indigesta da revista Veja, que não é uma unanimidade, e apesar de seus altos e baixos, consegue ser um veículo de credibilidade.

Mas não é que nessa última edição, número 2266 datada de 25/04/2012, conseguiu já me desagradar com a capa e algumas matérias que de tão absurdas não merecem nenhum comentário, a não ser a que dá o título desse post.

Penso que um jornalista que se preze tem que no mínimo pesquisar sobre o objeto de seu artigo. O que não parece ter feito Augusto Nunes, que assina essa matéria.

Tecendo um comentário sobre o livro "Diário da Corte" da editora Três Estrelas, simplesmente, e espero que, se esqueceu de mencionar se esta obra é a reedição de WAAAL: O DICIONÁRIO DA CORTE DE PAULO FRANCIS, lançado em 1996 pela Companhia das Letras, com organização de Daniel Piza, ou se é um plágio puro e simples desse que foi meu livro de cabeceira.

Não há nenhuma menção ao compilador dos textos, que só fui descobrir que é o jornalista Nelson de Sá após pesquisa na internet.

Acho que Augusto Nunes, num ato falho de tietagem explícita, de tanta empolgação com os textos de nosso ídolo, não revisou a matéria com o cuidado devido.

Às vezes penso se ter boa memória é uma benção ou uma maldição, pois somente 16 anos separam uma obra da outra, e não é tanto tempo para que um jornalista do porte desse possa ter esquecido e não se incomodado com essa, no mínimo, coincidência.

Janela de Ouro - Egberto Gismonte

Capa da obra de 1996 

Capa da obra de 2012

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Panoramas: a paisagem brasileira no acervo do Instituto Moreira Salles

Pequena amostra do acervo do Instituto Moreira Salles com o tema dos panoramas ou paisagens brasileiras, tanto em gravuras como em fotografias, com inúmeras vistas do Rio de Janeiro.

Apresenta bem essas formas de registros históricos de vários pontos de observação das cidades.

O engraçado nestas mostras é ouvir as observações, às vezes tão estapafúrdias que fazem rir; imaginem que escutei a conversa de duas moças, em pose de intelectuais, dizendo que a predominância das imagens do Rio de Janeiro seria somente em função do fascínio que a beleza do lugar exerceria nos artistas, esquecendo-se que a cidade era a capital do Brasil, além do interesse de D. Pedro II, um amante e pioneiro da fotografia.

Esta sim, mais uma bela exposição com produção e montagem que criam ambientes que concentram por assunto as imagens mostradas.

Valsa de uma cidade - Caetano Veloso

Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Moreira Salles. 

Jardim da Glória, com a avenida Beira Mar à esquerda, e entrada da barra, Rio de Janeiro c. 1906
Marc Ferrez/Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles

Largo do Capim, em frente à igreja de São Francisco, São Paulo, c. 1862
Militão Augusto Azevedo/ Acervo Instituto Moreira Salles


Hotel Palm, São Paulo, c. 1862
Militão Augusto Azevedo/ Acervo Instituto Moreira Salles 


Botafogo e Ministério da Agricultura, atual Museu de Ciências da Terra, Rio de Janeiro - Sem data
George Huebner e Libanio Amaral/Acervo Instituto Moreira Salles


2º Projeto do aterro da rua Direita ao morro do Chá, 1879
Jules MARTIN (1832-c. 1907) - Litografia a sépia sobre papel




Panoramas da paisagem brasileira retratam o Brasil do século XIX


A Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e o Instituto Moreira Salles apresentam, a partir do dia 1º de abril, a exposição Panoramas: a paisagem brasileira no acervo do Instituto Moreira Salles. Com 280 obras, entre fotografias, desenhos e gravuras produzidas entre os anos de 1820 e 1920, a mostra fica em cartaz até 17 de junho no Museu de Arte Brasileira (MAB-FAAP).
Para os curadores Carlos Martins (consultor de iconografia brasileira do IMS), Sergio Burgi (coordenador de fotografia do IMS) e Julia Kovensky (coordenadora de iconografia do IMS), o objetivo da exposição, ao reunir os acervos fotográfico e iconográfico do Instituto Moreira Salles, é apontar os procedimentos que moldaram a representação da paisagem brasileira no decorrer do século XIX.
Na exposição serão exibidas gravuras, desenhos e litografias de artistas viajantes, como os alemães Johann Moritz Rugendas e Carl Friedrich von Martius e o inglês Charles Landseer, entre outros que passaram pelo Brasil. “Empenhados em registrar tudo o que viam, esses artistas deixaram um grande legado em papel: esboços naturalistas, estudos preparatórios, aquarelas e gravuras, que, reproduzidas em larga escala, ilustravam álbuns de suvenir e livros de viagem”, explica Carlos Martins.
Em relação à fotografia, os visitantes poderão ver obras de renomados fotógrafos estabelecidos no Brasil como Augusto Stahl, Victor Frond, Militão Augusto Azevedo, Georges Leuzinger, Marc Ferrez, entre outros. “Esses fotógrafos se especializaram no registro da paisagem urbana e natural e deixaram um legado primordial para a história e memória do país”, acrescenta Sergio Burgi.
As imagens apresentadas nesta exposição retratam o Rio de Janeiro, então capital do Brasil, e antigas regiões coloniais e cafeeiras do século XIX, como São Paulo, Salvador, Recife, Olinda, Santos, Mariana e Ouro Preto. Também compõem a mostra panoramas com registros da vegetação, de rochas, rios e cadeias de montanhas, temas apreciados por viajantes e naturalistas, além de registros fotográficos produzidos, por exemplo, por Marc Ferrez para a Comissão Geológica e Geográfica do Império e por Georges Leuzinger para o naturalista Louis Agassiz.
Maria Izabel Branco Ribeiro, diretora do MAB-FAAP, explica que na versão paulistana da mostra, que já passou pelo Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro em 2011, os curadores incluíram vistas de São Paulo em outras épocas. “Desta forma, o público poderá estabelecer comparações com seus pontos de referência e tornar a visita uma experiência significativa”, acrescenta.
Pesquisador e Crítico de fotografia, o Prof. Rubens Fernandes Junior, diretor da Faculdade de Comunicação e Marketing da FAAP, enfatiza que a exposição destaca o artifício imagético que surpreendeu as visualidades da segunda metade do século XIX e meados do século XX.
“Graças às novidades tecnológicas criadas a partir do desenvolvimento científico, o homem pôde ter a primeira experiência imersiva vivenciada em profundidade. A visão panorâmica permite ver um contexto que não percebemos cotidianamente diante de uma ampla vista. Com a fotografia panorâmica e com os espaços específicos criados para sua apreciação, a imagem técnica ganhou uma compreensão mais acurada da realidade”, declara o Prof. Rubens.
Espaços e Estruturas
Para a mostra, os organizadores prepararam a reconstituição cenográfica de uma rotunda, grande atração nas principais cidades européias no final do século XVIII e início do século XIX. As rotundas eram edifícios de forma cilíndrica construídos especialmente para abrigar grandes panoramas. Na exposição, será exibida uma vista do Rio de Janeiro, mostrada em Paris no ano de 1824. A imagem, que terá 11 metros de perímetro em uma estrutura circular, foi a primeira representação do Brasil na Europa.
Também será montada uma sala equipada com cinco projetores e uma tela de 3 metros de altura por 20 metros de comprimento, em formato semicircular, com projeções sequenciais de panoramas de cidades brasileiras entre fotografias e gravuras. A ideia é propiciar aos visitantes a sensação então experimentada pelos frequentadores desse entretenimento urbano que é o precursor do cinema.
Haverá ainda na mostra uma sala voltada para a história dos ofícios relacionados à captação e reprodutibilidade da imagem, na qual serão exibidos e descritos os materiais e técnicas utilizados no registro iconográfico e fotográfico do século XIX: pedras litográficas, câmaras escuras (réplicas de princípio de equipamentos dos séculos XVI e XVII que instrumentalizaram os artistas no período anterior à invenção da fotografia), máquinas fotográficas, lentes e equipamentos que pertenceram ao fotógrafo Marc Ferrez, entre outros itens.
As técnicas de impressão, conjuntamente com a fotografia, propiciariam o desenvolvimento dos processos de reprodução da imagem por meios fotomecânicos, que facilitaria ainda mais a multiplicação da imagem. Aliado a esta expansão da comunicação por meio da circulação de imagens em múltiplos suportes, o formato panorâmico se estabeleceu ao longo do século XIX como uma das principais formas de representação iconográfica.
A Coleção Martha e Érico Stickel de iconografia, incorporadas recentemente ao acervo do IMS, enriqueceu ainda mais o conteúdo da exposição. A presente exposição, a partir da seleção de obras do acervo do IMS, se faz possível graças à recente incorporação da Coleção Martha e Érico Stickel de iconografia. Essa contribuição ao acervo é significativa, uma vez que somada à coleção de fotografia oitocentista existente no Instituto, onde se destaca a Coleção Gilberto Ferrez, propicia, nessa mostra, indicar muitos dos procedimentos e atitudes que moldaram a representação da paisagem brasileira, contribuindo para a formação da imagem do país no decorrer do século XIX e sua subsequente divulgação no exterior.
Momentos e Movimentos
Além de ‘Panoramas: a paisagem brasileira no acervo do Instituto Moreira Salles’, o público que vier ao MAB-FAAP poderá conferir também a exposição “Momentos e Movimentos”, que reúne cerca de 170 imagens que integram a coleção de fotografias do acervo da FAAP. Em cartaz até 29 de abril, a mostra percorre o mundo da fotografia moderna e contemporânea, por meio de imagens captadas pelas lentes de 34 fotógrafos, entre brasileiros e estrangeiros. A exposição está dividida em cinco espaços: Moda, Comportamento e Estilo; O Corpo e suas Formas; O Retrato: atitudes e atuações diante do aparelho; Experimentações e Sonhos; e Fotomontagem.
Ambas as exposições podem ser visitadas de terça a sexta-feira, das 10h00 às 20h00, e aos sábados, domingos e feriados, das 13h00 às 17h00, com entrada gratuita.
Panoramas: a paisagem brasileira no acervo do Instituto Moreira Salles
Período: De 1º de abril a 17 de junho de 2012
Horário: De terça a sexta, das 10h às 20h.
Sábado, domingo e feriados, das 13h às 17h.
Fechado às segundas-feiras, inclusive quando feriado
Local: Museu de Arte Brasileira (MAB-FAAP)
Endereço: Rua Alagoas, 903 – Higienópolis
Telefone: (11) 3662-7198
Entrada Gratuita
Informações para a imprensa:
Nathalia Pazini - IMS
(11) 3371-4490
Fernanda Grandino - IMS
(11) 3371-4424
Fabiana Dourado - FAAP
(11) 3662-7270/ 3662-7271
Carolina Vivas - FAAP
(11)3662-7270/ 3662-7271



domingo, 1 de abril de 2012

Teimosia da Imaginação – dez artistas brasileiros

Uma bela mostra, resultado da parceria do Instituto Tomie Ohtake com o Instituto do Imaginário do Povo Brasileiro, que nos apresenta obras de artistas que praticam a arte primitiva ou popular com citações da arte "naiif".

Este tipo de representação artística nunca foi minha escola favorita, mas esta mostra conseguiu reunir artistas e peças de rara beleza, agradáveis de se ver, que relaxaram essa minha indisposição.

Com uma produção e montagens invejáveis, este evento deveria criar em alguns curadores ou produtores de exposições ou mostras o desejo de fazer um estágio no Instituto Tomie Ohtake, pois assim aprenderiam como se deve apresentar ao público obras de arte.

Que nem jiló - Luiz Gonzaga



Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Tomie Ohtake.

Wilson Pimenta

Este sim é um artista inserido totalmente na escola "naiif", apesar das cores mais discretas. Mostra cenas do cotidiano da vida no campos e da vida selvagem.
Este quadro abaixo, "Dona dos Peixes", é de uma beleza inesperada em obras desta vertente.
Surpreendentemente, o artista apresenta uma pequena série de arte erótica, retratando um bacanal, em que nada nos ofende.


Antônio da Dedé

Com tocos de mato e restos de madeira realiza esculturas às quais enche de vida com suas cores.



Isabel Mendes da Cunha


Uma fada da argila, que com suas mãos e depois suas cores faz do barro um ser vivo.


Cicero Alves dos Santos ( Véio)


Outro que utiliza restos de toco, estes sem nenhuma montagem ou encaixe de outras peças, transforma mato seco em seres da imaginação.
Tem também pequenas peças esculpidas, com detalhes de grande precisão em seus cortes.
A foto abaixo ilustra o folder da mostra.


Aurélio do Santos

Diferente dos pintores "naiif", sua cores são sombrias e não representam pessoas, sempre mostrando cenários e paisagens solitárias ou arabescos.


Getúlio Damado


Esculturas feitas com lixo tecnológico, embalagens vazias, válvulas hidráulicas, tampas de garrafas entre outros.


Francisco Graciano

Suas esculturas partindo de cortes em troncos, acrescidas de cor, constroem figuras do folclore.



Jadir João Egídio 

Com entalhes precisos em grandes toras, constrói totens que contam estórias.


José Bezerra

Também trabalha com tocos e troncos entalhados, onde cria figuras transportadas de seu imaginário.


Manoel Galdino de Freitas

Utilizando a milenar técnica de moldar a argila, cria além das figuras do cangaço, seres e cenas imaginárias, carregadas de um certo surrealismo. Há uma provocante representação de Lampião, quase que messiânica em sua beleza.


Teimosia da Imaginação – dez artistas brasileiros

Exposição, livro e documentário trazem a obra e o pensamento de cada um destes mestres da arte de raiz
Abertura da exposição, lançamento dos documentários e do livro:
Dia 28 de março, às 20h, no Instituto Tomie Ohtake
Uma iniciativa do *Instituto do Imaginário do Povo Brasileiro, com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, este projeto, apresentado em três linguagens – documentário, exposição e livro –, reúne 10 nomes de uma cena da arte brasileira conhecida como “popular”, mas cuja nomenclatura ainda se discute para melhor representar uma produção que brota da cultura de raiz. Daí o interesse em investigar a criação poética deste fazer artístico pela potência do imaginário de seus autores.
Antonio de Dedé, Aurelino, Francisco Graciano, Getúlio Damado, Izabel Mendes, Jadir João Egídio, José Bezerra, Manoel Galdino, Nilson Pimenta e Véio são os protagonistas de “Teimosia da Imaginação – dez artistas brasileiros”. Registrar universos singularmente iluminados pela expressão dos próprios artistas oriundos de várias regiões brasileiras pautou a seleção dos nomes que compõem o projeto. Por isso, entre os dez, nove estão em atividade, somente Manoel Galdino teve seus depoimentos captados antes de sua morte.
A exposição, em parceria com o Instituto Tomie Ohtake, e o livro, coedição com a Editora WMF Martins Fontes, são duas grandes realizações do Instituto do Imaginário do Povo Brasileiro, entidade criada para preservar e promover a produção artística de origem popular brasileira. As obras tanto do livro quanto da mostra pertencem a acervos de importantes museus, como Pinacoteca do Estado, Museu Afro Brasil, Memorial da América Latina, Museu do Folclore RJ, Museu do Pontal RJ e Fundação Cartier (Paris), além de destacadas coleções particulares, como a de Gilberto Chateaubriand.
Com curadoria de Germana Monte-Mór e curadoria-adjunta do crítico Rodrigo Naves, a mostra traz cerca de dez trabalhos referenciais de cada um destes mestres, além de exibir os documentários. Por sua vez, o livro, com prefácio também de Rodrigo Naves, texto e entrevistas dos artistas editadas pela historiadora Maria Lucia Montes, é ilustrado com fotos que mostram as obras e os autores em seus respectivos locais de vida e trabalho.
Os documentários produzidos pela Pólo de Imagem, em parceria com a TAL e a TV Cultura, em 10 episódios, farão também parte da programação da emissora brasileira. Com direção executiva de Malu Viana Batista, os filmes revelam o processo, a obra e a personalidade de cada um dos artistas, constituindo-se de raro registro desta arte que muito tem a ser investigada. Em todos os episódios (26 minutos, livre) a trilha sonora é de Lívio Tratenberg, contudo a direção tem assinaturas de diferentes cineastas: Claudio Assis - Francisco Graciano, Manoel Galdino e Getúlio Damado; Cecília Araújo - Nilson Pimenta e Antônio de Dedé; Hilton Lacerda - José Bezerra e Izabel Mendes; Rodrigo Campos - Jadir João Egídio e Aurelino; e Adelina Pontual - Veio.
Segundo Naves, na obra destes dez artistas, cidade e campo, ensinamento e experiência, loucura e relação serena com o meio, procedimentos modernos e técnicas tradicionais deixam de se pautar por parâmetros claros e excludentes, embora também se mantenham. “No mais das vezes, porém, eles se encavalam, se sobrepõem de maneira mais ou menos violenta, dando origem a trabalhos de arte que guardam a lembrança dessas relações complicadas e imperfeitas”, completa.
Já Maria Lucia Montes aponta algumas pistas que possibilitam esboçar o perfil do universo deste elenco. “No artista, a imaginação e o imaginário que o sustenta se dão a ver na obra criada, mas se mostram também na sua fala que revela o lusco-fusco do devaneio e do sonho que o conduzem à criação, na forma em que sua mão molda o barro, distribui as cores das tintas ou entalha a madeira, na atenção do seu olhar, no esforço de concentração ao aplicar o instrumento de trabalho à matéria de sua criação, na exuberância ou contenção dos seus gestos, na música com que os faz acompanhar, traduzindo às vezes em forma de canção a evocação nostálgica de uma memória ou a alegria de um corpo exultante que canta e dança o sentido da invenção do mundo e de si mesmo...”,
EXPOSIÇÃO
Teimosia da Imaginação – dez artistas brasileiros
Curadoria: Germana Monte-Mór e Rodrigo Naves
Visitação: de 29 de março a 13 de maio 2012
De terça a domingo, das 11h às 20h
Entrada franca
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201, entrada pela Coropés 88 – Pinheiros - SP
Fone: 11.2245-1900
Informações à Imprensa
Marcy Junqueira e Martim Pelisson/ Instituto Tomie Ohtake
Tel: 11.3032-1599
LIVRO
Título: Teimosia da imaginação – dez artistas brasileiros (edição bilíngue)
Autor: Instituto do Imaginário do Povo Brasileiro
Editora WMF Martins Fontes
Prefácio: Rodrigo Naves
Textos: Maria Lucia Montes
Fotos: Germana Monte-Mór
R$ 120,00 Nº de páginas: 320
ISBN: 978-85-7827-550-5
Informações à Imprensa Felipe Teixeira / Editora WMF Martins Fontes
Tel.: 11. 3293.8182 / 11 9120.9167 e-mail: felipe@wmfmartinsfontes.com.br
PROGRAMAÇÃO TV CULTURA
De 04/04 a 02/05, às quartas-feiras, às 23h30, e reprise aos domingos, às 15h.
estreia
reprise
episódios
1
04/04
08/04
1 - JOSÉ BEZERRA – Coisas Que Esses Olhos Me Mostram
2 - VÉIO – Sertão Esculpido na Madeira
2
11/04
15/04
3 - MANOEL GALDINO – Tudo é Folclore
4 - FRANCISCO GRACIANO – Eu Olho e Eu Vejo
3
18/04
22/04
5 - AURELINO - Sombra Viva
6 - IZABEL MENDES – Mãos que Moldam um Mundo
4
25/04
29/04
7 - ANTONIO DE DEDÉ – Dias Transparentes
8 - NILSON PIMENTA – A Caminho de Tudo
5
02/05
06/05
9 - JADIR JOÃO EGÍDIO – Caso Com a Madeira
10 - GETÚLIO DAMADO – A Arte é Reciclagem
Informações à Imprensa
Guilherme Mariano /TV Cultura
Tel: 11. 2182-3457 / e-mail: guilhermemariano@tvcultura.com.br
Sobre os Artistas:
Antonio de Dedé (Antonio Alves dos Santos)
1953, Lagoa da Canoa - AL
Filho mais velho de cinco irmãos, começou a acompanhar o pai no trabalho de carpintaria e roçado das fazendas da região aos oito anos de idade. Dedé atribui a sua arte a um “dom”, surgido a partir do olhar e vontade de recriar, da sua maneira, o trabalho do pai. Suas esculturas, conforme Naves “reproduzem a relação amorosa entre homens e animais, o lirismo entre todos os seres deste mundo”.
Aurelino (Aurelino dos Santos)
1942, Salvador, BA
Aurelino dos Santos trabalha com pintura. Suas paisagens surpreendem pela geometria singular de planos, formas e cores. Trabalha em sua casa nos arredores de Ondina, em Salvador. Em suas obras, a original geometria parece buscar ordenação no caos da vida da cidade grande. Caminha pelas ruas e recolhe materiais que inspiram a sua obra.
Francisco Graciano
1965, Juazeiro do Norte, CE
Brejo Santo, cidadezinha perto de Juazeiro do Norte, vive Francisco Graciano, também conhecido como Mozinho dos Bonecos, filho do artista Manuel Graciano. É na tranquilidade de um sítio onde mora, que ele transforma as formas dos bichos em esculturas. Hoje vive de sua arte, mas antes trabalhou na roça e em pedreira. Manuel Graciano consagrou-se escultor e Francisco, embora tenha iniciado pelo caminho do pai logo encontrou uma linguagem própria, autoral. Além de esculpir na madeira leva para a tela a mesma temática dos animais e do sertão.
Getúlio Damado
1955, Espera Feliz – MG
O mineiro chegou ao Rio no fim de 1970, aos 15 anos. Com o nome de sua cidade natal batizou o pedaço de calçada em Santa Teresa, onde ergueu seu mundo artístico, que transforma sucata em arte. No bairro carioca, Getúlio construiu sua oficina de trabalho, o conhecido bonde amarelo, que funciona como ateliê, loja e depósito. Além dos bondes em miniatura que viraram marca registrada, produz bonecos, caminhões, pássaros, cavalos, pinturas e poesias.
Dona Izabel (Izabel Mendes da Cunha)
1924, Itinga, Vale do Jequitinhonha – MG
Suas consagradas bonecas de barro, criadas desde 1978, alcançaram as exposições pelo Brasil desde a década de 80. Filha de paneleira e de pai lavrador, Dona Izabel confere fisionomias expressiva às mulheres caboclas, brancas ou negras que esculpe. Conhecida por compartilhar seu conhecimento, sua “escola” já foi assimilada por muitos, particularmente pelas filhas, Maria Madalena e Glória, e pela neta, Andréa Pereira de Andrade (1981).
Jadir João Egídio
1933, Divinópolis – MG
A grande repercussão da escultura de G.T.O., na década de 1960, estimulou outros artistas de Divinópolis, como é o caso de Jadir. Da meninice na área rural, transferiu-se em 1960 para a cidade, onde trabalhou como carroceiro até 1977. Desde então, exerce o ofício de escultor, especialmente criando, a partir da madeira, esculturas de santos, figuras da cultura regional e de pessoas próximas. Com autonomia formal, confere uma religiosidade própria em suas obras.
José Bezerra
1952, Buique – PE
Sua casa no Vale do Catimbau, no sertão de Pernambuco, é rodeada por um ateliê ao ar livre, com inúmeros totens e esculturas de madeira, encantando os viajantes que passam por lá. Bezerra interfere pouquíssimo em sua matéria-prima, pois segundo ele, nela já está revelada a imagem que deverá se tornar. Com a intervenção de um facão, grosa, formão e serrote em árvores caídas, pedaços de troncos e raízes, ele retrata as mais diversas figuras, desde cabeças de gente, carros de boi, animais, tudo que faz parte do seu universo.

Manoel Galdino de Freitas
1924, São Caetano – PE / 1996, Alto do Moura – PE
Em 1940, Galdino muda-se para Caruaru (PE), onde passa a trabalhar em olaria, fazendo telhas e tijolos. Nas horas vagas, se distrai modelando figuras de barro, entre elas a de Judas, para as brincadeiras de malhação da Semana Santa. Em 1974 volta para Alto do Moura onde se torna um dos mais fecundos ceramistas. Seu repertório é composto por monstros e personagens como Lampião-Sereia e São Francisco Cangaceiro. Manuel Galdino morre no Alto do Moura, em 1996.
Nilson Pimenta
1956, Caravelas – BA
O artista passa a infância em Mato Grosso e percorre várias localidades trabalhando como peão, lavrador e cortador de cana, antes de ir morar em Cuiabá, em 1978. Começa a desenhar com lápis de cor e, a partir de 1980 passa a pintar. A pintura levou-o a trabalhar, depois de guarda-vigilante, como supervisor do Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso. Os temas que representa podem ir desde um casamento no Pantanal até os crimes em série do “motoboy” paulistano. Participou da Bienal Naïfs do Brasil (1988 e 2000) e da “Mostra do Redescobrimento” Brasil 500 (2000).
Véio (Cícero Alves dos Santos)
1948, Nossa Senhora da Glória – SE
De família de lavradores, Véio começou a esculpir em cera de abelha e logo depois em madeira, até hoje a sua matéria fundamental de expressão. Com um sentido de volume muito peculiar, ele equilibra em uma única escultura vários elementos. Na rodovia Engenheiro Jorge Neto, que passa em frente ao seu sítio, figuras em tamanho natural contam histórias do dia-a-dia no campo.
*Instituto do Imaginário do Povo Brasileiro
A entidade criada em 2006 é resultado da união de um conjunto de pessoas interessadas em preservar, valorizar e difundir o conhecimento do imaginário do povo brasileiro por meio de programas de pesquisa, educação e divulgação. O Instituto do Imaginário do Povo Brasileiro tem como proposta investigar a dimensão estética das diferentes expressões do conhecimento popular, tendo como base a narrativa, os processos e a poética da criação. Para isso busca promover, realizar, patrocinar e incentivar exposições, cursos, seminários, palestras, conferências e pesquisas artísticas e culturais, edição e difusão de textos, monografias, livros, revistas em meios diversos, e estabelecer intercâmbios artísticos e culturais com entidades congêneres do país e estrangeiras.
TEIMOSIA DA IMAGINAÇÃO – DEZ ARTISTAS BRASILEIROS
Lançamento livro, documentários e abertura da exposição
28 de março de 2012, às 20h
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201, entrada pela Coropés 88 – Pinheiros - SP
Fone: 11.2245-1900
Exposição de terça a domingo, das 11h às 20h, até 13 de maio de 2012. Entrada franca.
Informações à Imprensa
Marcy Junqueira e Martim Pelisson
Tel: 11.3032-1599