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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Um Olhar sobre o Brasil. A Fotografia na construção da Imagem da Nação

Uma belíssima exposição, mas não tão magnífica como quis fazer parecer o Secretário Municipal da Cultura , Carlos Augusto Calil, quando disse que essa é a maior e mais importante mostra de fotografias brasileiras já exibida no nosso país.

Descontado o exagero, a importância desta exibição é apresentar fotos de diversos períodos da nossa história, desde 1833 até ao ano 2003, quando foram comemorados os 170 anos de fotografia no Brasil. O Instituto Moreira Salles já apresentou mostras inesquecíveis como "O Brasil de Marc Ferrez" no SESI, "Panoramas: a paisagem brasileira no acervo do IMS", "As construções de Brasília", entre outras tantas, como também "Família Ferrez: Novas revelações",  essa sob o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Todas elas retratando lugares e acontecimentos históricos.

Sem se concentrar em um artista específico, os trabalhos estão agrupados por períodos históricos, tentando abranger fatos e lugares marcantes a cada época. Mas como temos um país de extensão continental e uma história riquíssima, muita coisa ficou de fora e espero que não esquecidas e sim guardadas para para projetos futuros.

Que boa sensação é o estímulo da memória ao ver essas fotos, pois além de imagens de fatos que fomos contemporâneos ou que presenciamos, há aqueles que estão em nosso inconsciente, que seu conhecimento colaborou na nossa formação. 




Que as crianças cantem livres - Taiguara

Abaixo das imagens, o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Tomie Ohtake.

Zig Koch, Fortaleza N. S. dos Prazeres Ilha do Mel, Paraná, 2000, Processo comógeno, 46.5X70.5cm

Jean Manzon, A melhor vista do Rio, Rio de Janeiro, sem data

João Musa, Pantanal Mato Grosso do Sul, 1988, Gelatina prata tonalizada, 34.9x35.1cm, Acervo do auto

Luiz Carlos Barreto,  Assis Chateaubriand e Adolpho Bloch, Rio de Janeiro, 1962, Acervo do autor

Orlando Brito, Pátria Amada, Brasília, 1991, publicado na revista Veja


INSTITUTO TOMIE OHTAKE E FUNDACIÓN MAPFRE
APRESENTAM
Um Olhar sobre o Brasil. A Fotografia na construção da Imagem da Nação
Abertura: 12 de novembro de 2012 - até 27 de janeiro de 2013
Com mais de 400 imagens vindas de diferentes acervos públicos e coleções privadas, a FUNDACIÓN MAPFRE, em parceria com Instituto Tomie Ohtake, realiza a exposição “Um olhar sobre o Brasil. A Fotografia na construção da Imagem da Nação”. O projeto inédito, de pensar 170 anos de história do país (1833-2003) a partir do registro fotográfico, tem curadoria do especialista em história da fotografia Boris Kossoy e curadoria adjunta da antropóloga e historiadora Lilia Moritz Schwarcz.

Com cenografia assinada por Daniela Thomas e Felipe Tassara, a mostra percorre caminhos de luz e sombra, costurando história e iconografia. Tomando como ponto de partida o momento próprio de invenção da técnica fotográfica, a exposição revisita o olhar “científico” que guiava as expedições estrangeiras, o gosto de D. Pedro II pelo novo suporte e os registros de revoltas populares como a de Canudos, até chegar à grande multiplicação de temas, ângulos, acontecimentos e reviravoltas que compuseram o longo século 20.
Graças à ampla pesquisa empreendida pela equipe curatorial, cada uma das fotografias é apresentada acompanhada por um pequeno texto, sua micro-história, com informações que vão muito além da tradicional legenda (título, data, autor). Ao refletir sobre as fotos escolhidas, o curador destaca o esforço em ”valorizar o simbólico, tentar evitar a redundância, destacar o anônimo e o cotidiano naquilo que têm de aparente e oculto, rever criticamente as imagens conhecidas e ideologicamente comprometidas com as histórias oficiais”.

A mostra acompanha o lançamento do livro “Um olhar sobre o Brasil. A Fotografia na construção da Imagem da Nação: 1833-2003” (coordenação – Boris Kossoy, consultoria histórica – Lilia Moritz Schwarcz), volume que integra a coleção História do Brasil Nação: 1808-2010 (FUNDACIÓN MAPFRE / Grupo Santillana/ Editora Objetiva; coordenação Lilia Moritz Schwarcz) e que faz parte de um projeto maior denominado América Latina na História Contemporânea.

A fim de organizar o grande número de imagens, a curadoria procurou pensar o material a partir de quatro grandes eixos temáticos: política, sociedade, cultura/artes e cenários. Ao mesmo tempo, os 170 anos foram divididos em sete períodos, demarcados de acordo com os principais fatos da história nacional.

1833–1889 | Luzes sobre o Império
1889–1930 | Urbanidade, conflitos, modernidade
1930–1937 | Ideologias, revoluções, nacionalismos
1937–1945 | Autoritarismo, repressão, resistência
1945–1964 | Industrialização, desenvolvimento, anos dourados
1964–1985 | Tempos sombrios
1985–2003 | O reacender das luzes

Escolhida como ponto de partida da exposição, a data de 1833 refere-se às experiências precursoras de Antoine Hercule Romuald Florence (1804–1879), levadas a efeito na vila de São Carlos (Campinas) e que o conduziram a uma descoberta independente da fotografia, pioneira nas Américas e contemporâneas às que se realizavam, na mesma época, na Europa.

Pensando ainda no século XIX, Lilia Schwarcz ressalta os fotógrafos itinerantes que varreram o país de ponta a ponta, motivados, a princípio, pelo desejo de conhecer esse Império dado a costumes, climas e políticas em tudo tão distintos. “Enquanto imenso ‘gigante tropical’ habitado por muitas raças e grupos de origens variadas, o Brasil representava um verdadeiro porto de chegada (e de partida): um posto avançado para a observação naturalista e científica de um concentrado natural e, ademais, racial”, escreve a historiadora.

Hobby do imperador D. Pedro II, a fotografia tornou-se ferramenta para registrar cada vez mais um número cada vez maior as famílias da elite, em cenas devidamente posadas. Junto com o registro da paisagem urbana, rural e natural, os retratos de estúdio introduziram a prática fotográfica no cotidiano das sociedades em todo o mundo.

Ao longo de todo o século XX e com cada vez mais intensidade, a fotografia tomou as páginas das revistas dos jornais, diversificou seus temas e, saindo às ruas, acompanhou os momentos mais marcantes, alguns gloriosos, outros bastante sombrios. De seu papel no fortalecimento do Estado Novo, à participação da FEB na Segunda Guerra Mundial), da construção de Brasília, amplamente documentada, à foto de multidões clamando pelas Diretas, a fotografia teve papel crucial para imagem dos governantes que mobilizaram as massas como as dos líderes populares Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, Leonel Brizola e Luiz Inácio Lula da Silva.

”Não há como lembrar das Diretas sem recordar do instantâneo que tomou os políticos de vários partidos, todos de braços levantados aguardando que o fotógrafo tornasse imortal e memorável (no sentido de ficar retido na memória) um ato resumido a poucos instantes e que seria, por si só, apagado pela lógica da circunstância. Por isso tantas vezes é difícil separar o que de fato ocorreu e o que o ato fotográfico imortalizou”, sugerem os curadores.

Técnica documental, mas também plataforma da criação e profusão de sentido, a fotografia fez parte da construção da identidade nacional desde a época de sua invenção, retratando, mas também contribuindo para definir costumes, numa intrincada rede de relações. “Ela é, a um só tempo, produto e produção, reflexo e estabilização de hábitos; reação e vanguarda; elemento cultural, mas também argumento político, social e econômico. Nada lhe escapa assim como tudo lhe escapa, pois a fotografia apenas finge que preenche a realidade e assim capta sua totalidade”.

Boris Kossoy professor titular da Escola de Comunicações e Artes da USP, foi diretor do Museu da Imagem e do Som de São Paulo e do IDART - Divisão de Pesquisas do Centro Cultural São Paulo criou dentro da mesma universidade NEIIM - Núcleo de Estudos Interdisciplinares de Imagem e Memória. É membro do conselho consultivo da Coleção Pirelli-MASP de Fotografia, entre outras instituições culturais. Trabalhos de sua criação, como fotógrafo, encontram-se representados nas coleções permanentes do Museum of Modern Art (N.Y), George Eastman House (Rochester, N.Y), Smithsonian Institution (Washington, D.C.), Bibliothèque Nationale de Paris, Museu de Arte de São Paulo, para citar alguns. É autor dos livros: Viagem pelo Fantástico, Hercule Florence, a Descoberta Isolada da Fotografia no Brasil; Origens e Expansão da Fotografia no Brasil - Século XIX; Fotografia e História; Realidades e Ficções na Trama Fotográfica; Os Tempos da Fotografia: O Efêmero e o Perpétuo, entre outros.

Lilia Moritz Schwarcz é professora titular no Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP). Foi Visiting Professor em Oxford, Leiden, Brown, Columbia e é atualmente Global Professor pela Universidade de Princeton. É autora, entre outros, de Retrato em branco e negro, O espetáculo das raças, As barbas do Imperador – D. Pedro II, um monarca nos trópicos, Símbolos e rituais da monarquia brasileira e Registros escravos. Coordenou, entre outros, o volume 4 da História da Vida Privada no Brasil: contrastes da intimidade contemporânea, com André Botelho Um Enigma sobre o Brasil e dirige atualmente a História do Brasil Nação. Mapfre/ Objetiva em 6volumas (Prêmio APCA, 2011).

Exposição: Um olhar sobre o Brasil. A Fotografia na construção da Imagem da Nação
Abertura para convidados: 12 de novembro de 2012, às 20h
Até 27 de janeiro de 2013
De terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca
Realização: FUNDACIÓN MAPFRE em colaboração com o Instituto Tomie Ohtake
Patrocínio: Mapfre Investimentos
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés, 88) - Pinheiros SP
Fone: 11.2245-1900
Informações à Imprensa
Pool de Comunicação – Marcy Junqueira
Martim Pelisson
Fone: 11.3032-1599

2 comentários:

  1. Lindas fotos. Gostei da dupla Assis e Adolpho. Mostram um periodo romantico do Brasil aonde ainda existia esperanca de sermos uma nacao de futuro e com igualdade social. Apesar de Assis e Adolpho atraves de suas maquinas de impressao e midia determinarem o caminho a ser seguido pelos politicos.

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    1. Nessa época o Roberto Marinho já corria por fora, junto com o Samuel Wainer que acabou ficando pelo caminho.

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