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segunda-feira, 27 de abril de 2015

TOMIE OHTAKE 100-101

Esta é uma magnífica mostra dos últimos trabalhos feitos por Tomie Ohtake, já centenária em seu derradeiro ano de vida.

Com obras monocromáticas ou com no máximo a inclusão de outra cor ela trabalha muito mais criando texturas e volumes com as tintas que transformam as telas em quase esculturas. Imagino que isso se deva à diminuição de sua acuidade visual, que a fez abandonar a sua quase sempre exuberância no uso das cores.

Um evento que nos leva a refletir quanto às dificuldades em aceitar a passagem dos anos, pois Tomie Ohtake parece nunca ter se importado com isso se mantendo produtiva até sua morte.


Resposta ao Tempo - Milton Nascimento


Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Tomie Ohtake.










INSTITUTO TOMIE OHTAKE

APRESENTA

TOMIE OHTAKE 100-101

Abertura: 01 de abril, às 20h - 07 de junho de 2015


Após o falecimento de Tomie Ohtake, ocorrido dia 12 de fevereiro, o Instituto que leva seu nome realiza uma exposição com suas pinturas recentes. As cerca de 30 telas reunidas, concebidas pela artista dos seus 100 aos 101 anos, auspiciosamente reafirmam o seu desejo: "gostaria de viver enquanto puder trabalhar". 

Com curadoria de Paulo Miyada, a exposição apresenta pinturas, em sua maioria, monocromáticas, iniciadas por uma série branca, seguida pela as de cores. "Essas telas arriscam reduzir drasticamente a variação cromática, exibindo em grande parte monocromos brancos, vermelhos, azuis e amarelos em que linhas e formas se delineiam por relevos e aglomerados de tinta dispostos de forma irregular". Segundo os curadores, ainda, essas obras, especialmente gestuais, contam com a projeção de sombras sutis e a interpretação do olho do espectador para se conformarem.

Para dimensionar a produção da artista, a exposição traz também esculturas em metal em que o gesto manual do processo - Tomie fazia seus estudos com arames -, evidencia-se pelas curvas e torções. Em homenagem à pintora, escultora e gravadora, completam a mostra textos e cerca de sete depoimentos em vídeo inéditos (gravados após 12 fevereiro de 2015) de críticos e artistas, como Carmela Gross, Leda Catunda, Jac Leirner, Miguel Chaia, entre outros.

Trajetória
A carreira de Tomie Ohtake atinge plena efervescência a partir dos seus 50 anos, quando realiza mostras individuais e conquista prêmios na maioria dos salões brasileiros. Participou de 20 Bienais Internacionais (seis de São Paulo, uma das quais recebeu o Prêmio Itamaraty, Bienal de Veneza, Tóquio, Havana, Cuenca, entre outras), contabiliza em seu currículo mais de 120 exposições individuais (em São Paulo e mais vinte capitais brasileiras, além de cidades como Nova York, Washington DC, Miami, Tóquio, Roma, Milão, etc.), e quase quatro centenas de coletivas, entre o Brasil e o exterior, além de 28 prêmios. 

A obra de Tomie destaca-se tanto na pintura e na gravura, quanto na escultura. Marcam ainda a sua produção as mais de 30 obras públicas desenhadas na paisagem de várias cidades brasileiras como São Paulo (Av. 23 de Maio, 1988; Anhangabaú, 1984; Cidade Universitária, 1994, 1997 e 1999; Auditório Ibirapuera, 2004; Auditório do Memorial da América Latina, 1988; Teatro Pedro II em Ribeirão Preto, 1996; entre outras), Belo Horizonte, Curitiba, Brasília, Araxá e Ipatinga, feito raro para um artista no Brasil. Entre 2009 e 2010, suas esculturas alcançaram também os jardins do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio e a província de Okinawa, no Japão e em 2012, foi convidada pelo Mori Museum, em Tóquio, a produzir uma obra pública.  

Tomie levou a sua arte para outras frentes. Criou dois cenários para a ópera Madame Butterfly, o primeiro em 1983, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e o segundo em 2008, no Teatro Municipal de São Paulo. Foi convidada a criar obras para prêmios e comemorações, como por ocasião do centenário da imigração japonesa, em 2008, quando concebeu a monumental escultura em Santos e a do Aeroporto Internacional de Guarulhos em São Paulo. Peças de pequenas dimensões, como o troféu da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, a homenagem-prêmio para a Fórmula 1, utilizando a pedra do pré-sal (2011), cartazes, ilustrações de livros e periódicos, medalhas e objetos para laureados de muitos eventos fazem também parte de sua diversificada produção. Sobre o seu trabalho foram publicados livros, inúmeros catálogos e  filmes/vídeos, entre os quais o realizado pelo cineasta Walter Salles Jr.

Em 2012, além da obra pública para Tóquio, criou uma série de pinturas azuis, nas quais, mais uma vez, ficava evidente o seu interesse em se renovar, ao inventar uma nova pincelada – a pincelada como forma, sem que a tela perca o movimento e a profundidade característicos de sua produção.  Em 2013 Tomie Ohtake chegou aos 100 anos, comemorados com 17 exposições pelo Brasil, com destaque para as do Instituto que leva o seu nome, Gesto e Razão Geométrica, com curadoria de Paulo Herkenhoff no mês em que completou cem anos (novembro) e Tomie Ohtake Correspondências e Influxo das Formas, ambas com curadoria de Agnaldo Farias e Paulo Miyada, em fevereiro e agosto respectivamente. Em 2014 concebeu as pinturas que fazem parte desta exposição. Em dezembro do mesmo ano, a cineasta Tizuka Yamasaki lançou o documentário Tomie, que retrata com afetividade e delicadeza o universo da artista, mesclando momentos íntimos de Tomie com depoimentos dos críticos Paulo Herkenhoff, Agnaldo Farias e Miguel Chaia.

Exposição: Tomie Ohtake 100-101
Abertura: 01 de abril, às 20h (convidados)
Até 07 de junho de 2015
Terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés, 88) – Pinheiros, São Paulo
Fone: 11.2245-1900
Informações à Imprensa
Pool de Comunicação - Marcy Junqueira
Contato: Martim Pelisson/ Luana Ferrari
Fone: 11.3032-1599

terça-feira, 14 de abril de 2015

David Drew Zingg: Imagem sobre imagem

Tio Dave deve estar um pouco desapontado, afinal mesmo após 15 anos de sua morte é um personagem místico e sempre lembrado da cultura nacional, um dos ícones do desbunde dos anos 70 e 80, quando além de fazer um grande jornalismo fotográfico foi uma "locomotiva" da contra-cultura brasileira ao criar a persona que teve seu auge quando ressuscitou junto a Zé Rodrix o conjunto Joelho de Porco.

Um artista de olhar atendo registrou vários detalhes, às vezes pequenos, às vezes parte de uma paisagem vistas em suas andanças pelo mundo. 

Mesmo que não tenha sido o mote desta mostra senti falta dos seus trabalhos icônicos.

Talvez em função do modesto espaço da atual sede do IMS aqui em São Paulo, fomos privados de uma maior visão sobre esta vertente de sua produção, que imagino tenha milhares de imagens desfrutáveis.

Como um amante da fotografia tenho um sonho de que o IMS, que imagino o mais importante mantenedor de grandes acervos, sejam próprios ou em comodato do Brasil, nos permita acesso físico a ele aqui em São Paulo, quando da abertura de sua nova sede.

Mas nossa curiosidade é satisfeita numa visita virtual ao site do Instituto onde podemos apreciar uma grande parte de suas maravilhas, separadas e classificadas por diversos índices que nos conduzem ao objetivo.

A música abaixo, campeã no quesito melhor letra no "Festival dos Festivais" de 1985 tem a apresentação e narração de David Drew Zingg, o tio Dave, que além de tudo tinha uma coluna cultuada na Folha de São Paulo até no ano de sua morte




A última voz do Brasil - Joelho de Porco


Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do IMS.











IMS-SP apresenta a exposição
David Drew Zingg: Imagem sobre imagem

O Instituto Moreira Salles apresenta, a partir de 15 de abril, em seu centro cultural de São Paulo, a exposição David Drew Zingg: Imagem sobre imagem, dedicada ao trabalho do fotógrafo norte-americano David Drew Zingg (1923-2000). Com curadoria de Tiago Mesquita, a mostra reúne cerca de 70 imagens, integrantes do acervo do fotógrafo, depositado desde 2012 no IMS. No dia 14, às 19h30, por ocasião da abertura, acontecerá uma visita guiada com o curador.

A mostra reúne fotografias de cartazes, letreiros, imagens e anúncios em meio a construções, ruas e pessoas. Imagens feitas ao longo do tempo, e nem sempre ligadas aos trabalhos comissionados que fazia como fotógrafo. Por pelo menos duas décadas, Zingg caçou essa iconografia no Brasil e no exterior, em regiões rurais e em grandes centros urbanos. Retirando escritos e figuras do seu contexto, essas fotografias evidenciam uma certa dimensão pop, componente fundamental dessa vertente do trabalho de David Zingg. Sua força imagética está exatamente naquilo que não tem por pressuposto ser um ícone. Letreiros de épocas e de procedências diversas, reunidos nas imagens do fotógrafo, anunciam e comunicam suas mensagens simultaneamente. Uma figura na parede comenta algo sobre um letreiro acima, que desmente a inscrição ao lado. Assim, em uma das fotos, em uma fachada de azulejos verdes, vemos uma porta em formato de ogiva de igreja gótica ao lado de uma pintura a imitar o anúncio fotográfico da Brahma Chopp. Na mesma casinha, o lugar é descrito como drogaria, restaurante e hotel. E o lugar é de fato tudo isso, e algo mais que não pode ser bem expresso por legendas.

São resíduos de uma época que insiste em não ir embora e de um presente que se estabelece de maneira pouco convincente. Passado e presente convivem em uma única imagem. Em uma fotografia da pitoresca Vila Tororó, em São Paulo, todas as ambiguidades se mostram juntas. Naquela época, o antigo palacete havia se tornado um cortiço. Na foto, a vila já é mostrada como casa modesta. A coluna, no centro da imagem, é adornada com uma versão kitsch de uma divindade greco-romana. Na imagem, ela está alheia ao uso da casa, por ser encoberta com varais carregados de roupa. A construção já não é mais a mesma coisa. Mas a escultura permanece, mesmo fora de contexto.

Para o curador, “são nesses momentos que o trabalho fica mais forte. Quando nos faz perceber esses desequilíbrios. Melhor, quando coloca junto construções, elementos arquitetônicos, textos, paisagens e personagens que parecem não se conhecer, mas compartilham o mesmo espaço. É como se os lugares fossem feitos dessas colagens, de empilhamentos de diversas épocas, de diversos lugares. O cartaz de trás deixa manchas no da frente e outro rouba o fim de uma palavra. Por vezes, os papéis amontoados estão em conflito: um impede que o outro seja entendido. Mas, às vezes, por sorte, ao se juntarem, se tornam mais graciosos. Há junções divertidas. Em um tom de crônica, as fotografias de Zingg mostram essas coincidências felizes e o ruído ensurdecedor de um amontoado de ruínas. Muitas vezes tudo isso está na mesma imagem.”

Sobre David Drew Zingg

Nascido em Nova Jersey, nos Estados Unidos, David Drew Zingg estudou na Columbia University, onde mais tarde seria professor de jornalismo. Foi repórter e fotógrafo da revista Look e trabalhou para outras publicações, como LifeEsquire e Vogue.
Em 1959, Zingg veio ao Rio de Janeiro como membro da equipe do veleiro Ondine na corrida oceânica Buenos Aires-Rio. Encantado com o país, começou a viajar frequentemente para o Brasil. Suas reportagens sobre acontecimentos nacionais, incluindo a construção de Brasília, foram publicadas em várias revistas americanas e britânicas.

Esteve presente na noite de abertura do Show de Bossa Nova, estrelado por Tom Jobim e Vinicius de Moraes na boate Au Bon Gourmet, no Rio, e contribuiu para a organização do memorável Concerto de Bossa Nova no Carnegie Hall, de Nova York, em 1962. Colaborou com os principais veículos de comunicação do país, como Veja, Manchete, Playboy, entre outros.

Em 1978, mudou-se para São Paulo, onde foi consultor e cronista da Folha de S. Paulo, escrevendo de 1987 a 2000 a coluna “Tio Dave”. Zingg também participou da banda Joelho de Porco, célebre pelas letras recheadas de humor.

Nas inúmeras viagens que fez pelo país, produziu um dos mais significativos registros do Brasil dos anos 1970 a 1990. Fotografou o povo brasileiro e sua cultura, além de realizar milhares de retratos de músicos e personalidades, como João Gilberto, Os Novos Baianos, Chico Buarque, Pixinguinha, Leila Diniz, Elke Maravilha, Vinicius de Moraes e Juscelino Kubitschek.

Sobre seus registros fotográficos, David Zingg escreveu: “Fotografia é história, e é essa sua função fundamental. A máquina mostra os dias de hoje àqueles que queiram ver os dias de hoje. Mas a máquina também mostra o ontem àqueles que queiram aprender. (…). O dever de um fotógrafo no Brasil, me parece, é insistir no registro do sofrimento e do prazer, do belo e do irônico. Só o tempo e o público decidirão o significado que as fotografias realmente têm.”

David Drew Zingg morreu no dia 28 de julho de 2000, em São Paulo. Seu acervo, composto por mais de 250 mil imagens fotográficas (principalmente diapositivos coloridos), documentos e objetos pessoais, passou a integrar o acervo do Instituto Moreira Salles em 2012, por meio de comodato realizado com seus descendentes.

Exposição David Drew Zingg: Imagem sobre imagem
Abertura: 14 de abril, a partir de 19h. Às 19h30, acontecerá uma visita guiada com o curador, Tiago Mesquita.
Visitação: de 15 de abril a 9 de agosto
De terça a sexta, das 13h às 19h
Sábado, domingo e feriado, das 13h às 18h
Entrada franca - Classificação livre
Instituto Moreira Salles – São Paulo
Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis
Tel.: (11) 3825-2560


Informações para a imprensa:
Barbara Giacomet de Aguiar – (11) 3371-4490
Andressa Lelli - (11) 3371-4424